Estimado(a) leitor(a), estamos vivendo em um tempo em que as denominações acabam se assemelhando à empresas que disputam entre si os consumidores e que nessa disputa, acabam usando de todo tipo de subterfúgio para atraí-los a comprar. Denominações há que também agem assim, como se fossem verdadeiras “empresas da religião”, usando chavões como “venha para cá”, “a mão de Deus está aqui” e outros que dão a impressão ao ouvinte de que somente aquela denominação é a verdadeira ou de que somente nela Deus está operando, propagando essa idéia egocêntrica no afã de atrair novos fiéis. Mas é um grande equívoco pensar que somente na “denominação tal” Deus está agindo, a começar pelo fato de que Deus não está limitado a denominações, embora elas sejam instrumentos que Ele mesmo usa na expansão de Seu Reino na Terra. Desde que a denominação seja genuinamente bíblica e cristocêntrica (o que não significa necessariamente ser isenta de erros!), esta denominação é boa e contribui para a expansão da Obra de Deus.
Este comportamento “marqueteiro” de muitas denominações (inclusive a minha!) tem contribuído, infelizmente, para atitudes impróprias no culto cristão, como aquilo que eu chamaria de “estrelismo evangélico”, onde determinado(a) pregador(a) ou determinado(a) cantor(a) é a figura central. Pessoas afluem aos milhares a determinados eventos não porquê Jesus estará presente, para porque “fulano tal” estará pregando ou cantando. Isso tem produzido uma comunidade evangélica interesseira e sem profundidade espiritual. Fica evidente que o movimento evangélico no Brasil tem produzido homens e mulheres que se destacam na pregação e no louvor e eu particularmente não tenho nada contra uma igreja organizar um evento e convidar uma pessoa assim para participar, mas é preciso que façamos uma reflexão sobre quem está recaindo nosso foco. É aqui que deve o pregador ou a pregadora sobre o seu papel no reino de Deus e não se deixar levar por essa onda de busca por fama e estrelismo na casa de Deus. Importa que Jesus cresça nos corações e nós diminuamos. Você está disposto a aceitar isso em seu ministério?
A atitude de João Batista é um exemplo sóbrio para os nossos dias. Diz a Bíblia que “Ora, entre os discípulos de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à purificação. E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao encontro” (Jo 3.25,26). A resposta que João Batista dá para esta questão evidencia o sentimento de um homem que não pretendia jamais disputar com Jesus, mas contribuir para que o Mestre fosse engradecido perante os homens:“Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30b). Sua atitude como portador do evangelho de Cristo tem sido a de glorificar ao Cristo da cruz ou buscar glória para si mesmo. Importa que Ele cresça e nós diminuamos! Há momentos em que precisamos fazer uma autocrítica de nosso ministério, de nossa vida de comunhão com Deus. Pense nisso! Você foi chamado para glorificar a Deus.NOTA: Este artigo é na verdade um trecho da apostila de Homilética do IBFI, de autoria do irmão Roney Ricardo, que compõe a grade do curso básico.
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