quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mantendo a unidade quando a doutrina pode dividir:


A história até familiar demais tem pouquíssima variação, não importa quantas vezes eu a ouça. Um pastor tenta ensinar à sua igreja alguma verdade doutrinária “profunda” enquanto uma pequena, porém barulhenta, minoria objeta a tal ensino e incita os outros contra o pastor e a “nova” doutrina. Como resultado, ou a igreja se divide e reduz em tamanho e influência, ou o pastor vai embora consolando a si mesmo com o pensamento de que ele foi martirizado profissionalmente em nome da verdade. Aqueles que se opuseram a ele na igreja, é claro, também sentem-se como se tivessem se levantado corajosamente pela verdade e resistido ao lobo em pele de cordeiro. Ambos os lados, contudo, percebem que perderam algo que será difícil reconquistar: energia, credibilidade e confiança.
Não precisa ser assim; pelo menos, nem sempre. Enquanto pregadores da verdade regularmente têm que contender com aqueles que resistem à verdade, uma vida de experiência me informa que mais frequentemente do que não, a maneira pela qual os pastores se relacionam com seus membros e apresentam a verdade promoverá a sua receptividade ou a minará.
Erro número 1: Emoção descontrolada. O pastor deve, sem dúvida, sentir o que quiser sentir. Emoções não são boas nem ruins. Quais emoções ele demonstra, contudo, é outra questão. Ele não pode se dar ao luxo de deixar sua congregação perceber medo ou ira nele. No momento em que ele agir a partir de tais emoções — e os membros perceberão isso — ele já perdeu a batalha. Ele tem que agir a partir do amor pelo Senhor, do amor pelo seu povo e do amor pela verdade.
Erro número 2: Não receber bem opiniões diferentes. Um pastor ameaçado dificilmente parece seguro em sua crença e não é capaz de inspirar confiança. Certa vez eu apresentei um novo conjunto de estatutos a uma igreja que eu servi, e um amado homem da igreja abertamente se opôs a elas. Quando terminamos, eu o agradeci por sua perspectiva e garanti que eu apreciava a sua opinião. Eu sabia que, não importa como fosse a votação, eu ainda seria o seu pastor e responsável por ministrar a ele. Eu não queria que uma divergência de opiniões a respeito de uma questão específica evitasse ou diminuísse meu relacionamento contínuo com ele ou com qualquer outra pessoa que pudesse pensar como ele. Se um pastor apoia a divergência amável e graciosa, então ele raramente terá que lidar com patifes.
Erro número 3: Pregar um sistema em vez de um texto. Quando um pastor mostra a verdade nas Escrituras, é difícil que as pessoas discordem dela a menos que estejam dispostas a negar a verdade da própria Bíblia. Por outro lado, quando ele tenta apresentar a sistematização lógica de alguém e usa controversos termos da moda que nunca são encontrados na Bíblia, ele convida um criticismo que, embora talvez seja injusto, parece crível.
Erro número 4: Evitar tensões bíblicas. O pastor que só apresenta um lado da evidência bíblica e não abraça e ensina a verdade que a contrabalanceia, não terá credibilidade com a sua igreja. A Escritura está repleta de paradoxos e tensões teológicas como a humanidade e a deidade de Jesus, a autoria divina e humana da Bíblia, a unidade e a tríplice natureza da Divindade, a absoluta soberania de Deus e a plena responsabilidade moral do homem. Qualquer pastor que apresenta apenas um lado de um argumento, nunca convencerá pessoas que pensam e, pelo contrário, abrirá a si mesmo para suas igualmente simplistas refutações e negações.
Erro número 5: Uma falha em exercer amor. O pastor nunca deve esquecer que Deus o enviou para amar os membros, não meramente impregná-los de fatos bíblicos. Quando uma congregação ouve o amor de um pastor por ela, eles aceitarão seu ensino muito mais prontamente. Pastores amorosos ainda enfrentarão oposição ocasional, mas normalmente será muito menos irada em seu tom e também menos capaz de incitar outros. Jesus disse que a maior marca do nosso discipulado é que amamos uns aos outros. Nenhum pastor é capaz de fazer de seus membros discípulos se lhe falta o mais importante elemento do discipulado.
Por: Hershael York; Original: Maintaining Unity when doctrine can be divisive: 5 mistakes pastors make; Copyright © The Southern Baptist Theological; Website: www.sbts.edu.
Tradução: Alan Cristie; Original: Mantendo a unidade quando a doutrina pode dividir: 5 erros que pastores cometem; Copyright © Voltemos ao Evangelho; Website:VoltemosAoEvangelho.c

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO CONFORME A BÍBLIA




“E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento [...] Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”. (1 João 2:20,27).
Tenho lido alguns artigos falando sobre unção na internet. Inclusive postariam sem minha permissão um artigo em minha página, falando opiniões pessoais que julgam ser a verdade. Mas como sempre é comum em nossos dias, os cristãos desprezam o ensino da Palavra de Deus, e eu me refiro ao original da Palavra de Deus, em não a traduções, seja em qual idioma for.
No Antigo Testamento, a palavra hebraica para unção é mishchah, qualquer coisa untada, unguento, geralmente preparado pelos hebreus com ervas aromáticas e óleo. Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes e era o óleo de azeite usado para consagrar fosse o rei, fosse o profeta ou os utensílios do culto.
No Novo Testamento temos a palavra grega chrisma de onde vem a palavra em português crisma.
Para nós do Novo Testamento, a unção a que o apóstolo João se refere, quer dizer algo bem diferente. Note que no texto ele coloca que “vós possuís unção”, portanto, todos os cristãos recebem a unção, não na forma que muitos falam por aí, como algo especial para certos membros da Igreja ou para pastor, bispo ou profeta. João não se refere à graça ministerial que o Espírito Santo concede a cada pessoa. O pastor tem a graça de pastorear e apascentar as pessoas, o evangelista tem a graça de evangelizar as pessoas, etc. Por isso quando li no artigo dizendo que unção não é algo só de “pastores especiais”, percebi que o autor nem mesmo sabia o que estava ensinando, levando muita gente ao erro. Um erro induziu ao outro. Quis combater o exagero de certos pregadores e cometeu um erro sério contra o original da Palavra de Deus.
Para entendermos unção aqui, precisamos entender o que o apóstolo explica.
Note suas palavras “a unção ensina a respeito de todas as coisas”, portanto, não é um sentimento de cair de costas no chão, de fazer gritaria na igreja, ou de imitar animais. A unção aqui é algo que Cristo compartilha com todos os cristãos, com todos os filhos de Deus.
A unção aqui, tradução da palavra crisma, se refere ao Espírito Santo, que livra do erro (Atos 10:38; 2 Coríntios 1:21), como o guardião que os ilumina e livra do engano (João 14:26; 16:13), e guia o cristão ao conhecimento de “todas as coisas”, e isto, quer dizer, na Palavra de Deus.
E a maior característica dessa unção, dentro do contexto, em 1 João 2:18-27, é que os verdadeiros cristãos permanecem fiéis aos ensinamentos de Cristo, e não são enganados pelas heresias que a cada dia, porque “já é a última hora” (v.18).

Essa unção João diz “vem do Santo”, vem direto de Deus, como Jesus prometeu, nas palavras do próprio apóstolo João:” mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14:26).
Essa unção João diz que “permanece em vós”, tradução de uma palavra grega que significa “viver, morar”, isto é, a unção habita em cada cristão, conforme explica o apóstolo Paulo: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”? (1 Coríntios 3:16).
Portanto, quando pensamos em unção como uma manifestação momentânea do modo como Deus usava Sansão, por exemplo, estamos no Novo Testamento com a visão do Antigo Testamento, e por isso é que falamos que não só “pastores especiais” que tem unção.
O Espírito Santo usa a quem Ele quer, quando quer, da forma como quer. Mas a unção está sempre presente na vida da pessoa salva, da pessoa que teve o novo nascimento. E isso Jesus ensinou de forma clara, conforme o mesmo João: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”. (João 3:8). Unção não é um show gospel com gente pulando e dançando e nem espetáculo para promover igreja, pastor ou quem quer que seja. É a permanência do Espírito Santo, é a ação constante do Espírito Santo que nos guia, nos ensina, nos santifica.
O Espírito Santo tem que ser dado a qualquer pessoa que nascer de novo, porque ninguém consegue ser salvo sem ação do Espírito Santo.
Esse entendimento sobre unção se encontra no original do Novo Testamento das Escrituras Sagradas, a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.
Deus ilumine o teu coração contra tanta heresia e ignorância que está atacando a Igreja de Jesus nestes últimos dias.
Por Pr Alberto Rodrigues da Silva